Um homem conhecido como “faraó do Bitcoin” foi preso em Florianópolis após um ano e meio foragido da Justiça do Mato Grosso do Sul. Cláudio Barbosa é apontado pela Polícia Federal como integrante de um grupo que provocou prejuízo de R$ 4,1 bilhões por meio de esquema de pirâmide com criptomoedas. O homem levava um vida de luxo na Capital de Santa Catarina. Ele estava em um carro Audi, em Jurerê, na noite de terça-feira (28), quando a Polícia Militar o encontrou.
De acordo com a advogada Talesca Campara de Souza, o cliente passou por audiência de custódia e segue em território catarinense enquanto aguarda análise do pedido de soltura feito pela defesa. Na interpretação da profissional, como os outros investigados no mesmo caso já foram colocados em liberdade, não há motivos para Cláudio ficar detido.
O que a Polícia Federal apurou
Em outubro de 2022, a Receita Federal e a Polícia Federal deflagraram uma operação batizada de “La Casa de Papel”. O objetivo, segundo o inquérito, era desarticular uma organização criminosa que se especializou na captação de recursos de investidores a pretexto de gerir aplicações extremamente rentáveis em setores de minas de diamantes, vinhos, viagens e energia.
O grupo, à época, contava com uma pessoa jurídica detentora de criptomoeda própria, porém não tinha qualquer autorização para funcionar como instituição financeira.
As investigações começaram após prisão em flagrante de dois integrantes do grupo e um segurança particular deles, em 2021, na cidade de Dourados, no Mato Grasso do Sul. Com o trio havia 100 mil dólares em esmeraldas, sem a documentação comprobatória.
Com o andamento da apuração, constatou-se que os investigados criaram uma rede de seguidores e colaboradores na internet, causando prejuízos a “investidores” brasileiros, europeus e, principalmente, residentes da América Latina. O esquema movimentou recursos da ordem de milhões de dólares e prejuízos para mais de 1,3 milhão de pessoas em todo o mundo, alegando ataque de “hackers”, auditorias e mentiras, sustenta a PF.
Os investigados apresentavam uma vida luxuosa nas redes sociais, de acordo com a polícia. Postavam imagens de viagens internacionais para Dubai, Cancún e Europa. Mostravam veículos importados de altíssimo padrão, ostentam muito ouro, roupas de grifes, pagamento de camarotes de shows e fotos acompanhados com personalidades conhecidas. Exibiam até matérias jornalísticas propagando terem se tornado multimilionários com o negócio e propondo ajudar pessoas a se tornarem milionárias.
udo era para atrair mais pessoas para o golpe, apontaram os investigadores.
Na operação da Polícia Federal daquele ano, os agentes foram às ruas cumprir seis mandados de prisão preventiva. Um deles era contra Cláudio, sócio da Trust Investing, alvo do inquérito. Ele não foi localizado na época e era considerado foragido desde então. Naquela data, outros proprietários da empresa foram detidos, incluindo o marido da cantora Perlla.