A Câmara Municipal de São José vai encaminhar expediente ao governo do Estado sugerindo a construção de um novo hospital público na Grande Florianópolis, que seja capaz de dividir a responsabilidade de atender a população com o Hospital Regional de São José.
Este foi um dos principais encaminhamentos da Reunião Pública promovida na tarde desta quinta-feira (21), no Plenário da Casa Legislativa, que tratou do problema da superlotação da rede pública de hospitais na região. Estiveram presentes representantes da Secretaria de Estado da Saúde, da Secretaria Municipal de Saúde de São José e da Secretaria Municipal de Saúde de Palhoça.
Segundo o presidente da Câmara, vereador Matson Cé, a demora no atendimento e as filas no Hospital Regional e no Hospital Infantil Joana de Gusmão são alvo de reclamação diária da população nas últimas semanas, com expedientes, e-mails, vídeos e mensagens de todos os tipos chegando a todo o momento no gabinete dos vereadores. A Reunião Pública buscou esclarecer a situação e apontar encaminhamentos.
“O Hospital Regional foi construído nos anos 1980, quando a população de São José era de 40 mil pessoas. Por mais que se projetem melhorias na estrutura atual, é preciso pensar também em uma nova estrutura. Estamos há muito tempo sem construir novos hospitais públicos. Que se aproveite por exemplo o Contorno Viário e se crie uma nova estrutura de referencia para os atendimentos regionais e até estaduais, como acontece até hoje com o regional”, defendeu Matson. De acordo com ele, o balanço do encontro desta quinta, com as sugestões e encaminhamentos, será encaminhado ao Estado na próxima semana.
Causas da superlotação
O avanço da dengue e das doenças respiratórias, nas últimas semanas, foi apontado como causa da superlotação vivida na região. A preocupação maior é com a dengue. O superintendente de vigilância em Saúde, da Secretaria de Estado da Saúde, Fábio Gaudenzi, destacou inclusive que o número de casos de dengue vem crescendo em cidades como São José e apelou para a mobilização da sociedade contra o mosquito transmissor da doença. São José tem atualmente 516 casos confirmados e 3 pacientes internados. No Estado são 19.647 confirmados com 31 óbitos – 13 das mortes em Joinville e uma sendo investigada em São José. A situação mais crítica na Grande Florianópolis está em Tijucas, com 1126 casos e incidência de 2102,51 (casos por 100 mil habitantes).
Os hospitais vêm recebendo um volume alto de pacientes, também, com síndromes respiratórias, especialmente crianças e com a presença do vírus H1N1. Tanto que, segundo o governo do Estado, já foram acionados protocolos para reforçar as equipes de atendimento, no Infantil e no Regional.