Em uma sessão extraordinária nesta quinta-feira (28), durante o recesso de fim de ano, os vereadores de Joinville decidirão se darão continuidade à comissão processante que investiga Mauricinho Soares (MDB). O vereador está preso há três semanas sob suspeita de participar de um esquema de fraudes dentro do Departamento Estadual de Trânsito (Detran).
A comissão processante, composta por Cassiano Ucker (União Brasil), presidente; Cleiton Profeta (PL), relator; e Kiko do Restaurante (PSD), membro participante, analisa a possibilidade de cassação de Mauricinho com base nas informações divulgadas pela Polícia Civil.
O vereador foi notificado sobre a investigação há dez dias, dentro da prisão. Ele já enviou sua defesa à Câmara, e o documento está sendo analisado pelo grupo. Durante a sessão, o relator, Cleiton Profeta, deliberará seu posicionamento sobre dar continuidade à apuração ou arquivar o caso. Posteriormente, os demais membros da comissão precisarão decidir se seguirão o voto do relator.
Cassiano Ucker adiantou que a defesa de Mauricinho inclui uma lista de pessoas, como advogados, funcionários do Detran e membros da área de segurança, indicadas pelo vereador para serem ouvidas a fim de “provar a idoneidade” do investigado.
Caso a comissão processante decida continuar os trabalhos, outros possíveis depoentes podem ser acrescentados à lista.
Mauricinho foi afastado do cargo em 14 de dezembro, seis dias após ser preso preventivamente. O suplente do MDB José Henkel, conhecido como “Pelé”, ocupa sua cadeira temporariamente.
Paralelamente, o conselho de ética da Câmara também investiga Mauricinho por quebra de decoro parlamentar, relacionada à posse ilegal de uma arma de fogo encontrada em sua residência durante a primeira fase da Operação Profusão. Nessa ocasião, ele foi preso em flagrante, pagou fiança de R$ 12 mil e foi liberado.
Mauricinho é investigado por sua suposta participação em um esquema de fraudes no Detran de Joinville. O delegado Pedro Alves, da Delegacia Especializada em Combate à Corrupção, explicou que o vereador cooptava motoristas com CNH suspensas que desejavam zerar multas de forma ilícita, utilizando sua influência política e acesso ao Detran.
A comissão processante e o conselho de ética investigam a possível cassação de Mauricinho por quebra de decoro parlamentar e envolvimento em atividades ilícitas.