O ex-presidente Jair Bolsonaro escolheu o litorâneo e deslumbrante Balneário Camboriú para passar o feriado de Páscoa, uma escolha que à primeira vista parece meramente recreativa. Entretanto, a natureza de sua visita revela nuances políticas que merecem atenção.
Embora a viagem tenha sido descrita como um período de descanso e confraternização, a presença de Bolsonaro em Balneário Camboriú transcende o âmbito pessoal. Ao se reunir com o prefeito Fabrício Oliveira, membro do mesmo partido (PL), e interagir com cidadãos e empresários locais, o ex-presidente tece uma rede de relações que se insere no contexto político.
A visita, dita não política pelos assessores de Bolsonaro, foi meticulosamente planejada para coincidir com um feriado público, o que facilita o acesso e a interação com o público. Durante sua estadia, Bolsonaro andou de jet ski e participou de eventos sociais, atividades que, apesar de lúdicas, permitiram o fortalecimento de laços com a comunidade local e seus apoiadores.
O encontro com o prefeito e o roteiro pelas regiões emblemáticas da cidade não são coincidências, mas sim estratégias que misturam o lazer com o exercício de influência política. A escolha de um destino com forte base de apoio político e econômico, onde se encontram influentes empresários e políticos locais, não é trivial.
Ademais, o cenário luxuoso da hospedagem de Bolsonaro, em uma cobertura avaliada em milhões, reflete uma conexão com setores econômicos poderosos, como o agronegócio e o mercado imobiliário. Estas interações, mesmo em um contexto de lazer, facilitam o estabelecimento de diálogos e alianças que podem ser politicamente valiosas.
Portanto, enquanto a viagem de Bolsonaro a Balneário Camboriú pode parecer um retiro de Páscoa, as atividades desenvolvidas e as interações realizadas têm um peso político significativo. A presença de Bolsonaro, suas ações e os encontros realizados durante a estadia demonstram que, mesmo fora do cargo, sua influência e atividades continuam a ser estrategicamente políticas.