Na exuberante Ilha do Campeche, um paraíso natural que pertence aos manezinhos, a liberdade de acesso estava sendo dificultada por um sistema que transformava um direito em um privilégio custoso. O valor exorbitante de R$ 200, chegando a R$ 280, impedia muitos de desfrutarem das belezas dessa joia de Florianópolis. Mas, hoje, uma decisão crucial do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) trouxe alívio a todos que desejam visitar esse patrimônio natural.

A Ilha do Campeche, conhecida por suas areias branquinhas e águas cristalinas, estava sob um monopólio de transporte mantido por quatro associações desde 2003. Este oligopólio não só limitava o acesso, mas também controlava o destino de R$ 194 dos R$ 200 pagos por cada visitante. A justificativa de “proteção ambiental” parecia mais um disfarce do que uma real preocupação.

Diante desse cenário, o presidente da Câmara de Florianópolis, João Cobalchini, expressou com veemência sua indignação diante do absurdo monopólio. Ele classificou como inaceitável que a população ficasse refém de associações, quando o acesso à Ilha do Campeche deveria ser um direito de todos. E, de fato, é um patrimônio público que merece ser apreciado por todos os cidadãos.

Hoje, uma decisão do TRF4, através do desembargador Rogério Favreto, é um alívio para aqueles que buscavam a democratização desse acesso. A suspensão da limitação do transporte por terceiros não signatários do Termo de Ajuste de Conduta representa um passo importante para a liberdade marítima na ilha. No entanto, essa liberdade não deve significar um descaso com a preservação ambiental.

Favreto condicionou a suspensão à implantação de um sistema de controle pela prefeitura que respeite o limite de ingresso de pessoas na ilha. Essa é uma medida sensata, que visa não apenas garantir a liberdade de acesso, mas também assegurar uma gestão e fiscalização eficientes para preservar o patrimônio arqueológico e natural da Ilha do Campeche.

Portanto, a decisão do TRF4 é uma vitória não apenas para aqueles que buscam uma Ilha do Campeche mais acessível, mas também para a preservação desse tesouro natural. É um lembrete de que a liberdade e a responsabilidade ambiental podem caminhar juntas, promovendo um equilíbrio necessário para garantir que as futuras gerações possam desfrutar dessa maravilha sem restrições injustas.