Após um processo de reabilitação que durou mais de quatro anos, três bugios-ruivos foram reintroduzidos no ecossistema do Parque Estadual do Rio Vermelho, em Florianópolis. Segundo o Instituto do Meio Ambiente do estado (IMA), essa espécie não era avistada nas florestas da Ilha de Santa Catarina há impressionantes 260 anos.
Os animais, provenientes de diferentes regiões do estado, passaram pelo Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres de Santa Catarina (Cetras), localizado dentro do parque, antes de serem considerados prontos para a soltura na quinta-feira (11).
Com o objetivo de restabelecer uma população na parte insular de Florianópolis, a reintrodução visa recuperar interações ecológicas perdidas devido à extinção local da espécie.
Os três indivíduos adultos, batizados de Sem Cauda, Ranhento e Ruivo, foram submetidos a extensos exames clínicos e veterinários antes de aprenderem habilidades comportamentais cruciais para sua sobrevivência na natureza. Além disso, receberam vacinas contra a febre amarela, uma doença letal para esses primatas.
Antes de retornarem à floresta, o trio passou aproximadamente um mês em um recinto de aclimatação para se adaptar ao ambiente natural.
Sabrina Nunes Cataneo Maestri, diretora de Biodiversidade e Florestas do IMA, expressou sua emoção com a reintrodução: “Nos emociona muito pensar que o bugio fará novamente parte da nossa fauna e poderá viver livremente na natureza, é muito gratificante”.
Vanessa Tavares Kanaan, diretora do Programa Silvestres Santa Catarina, revelou que estão programadas mais cinco solturas de bugios-ruivos no primeiro semestre deste ano, todos provenientes de outras partes do estado ou nascidos durante o processo de reabilitação na Ilha de Santa Catarina, dentro de Florianópolis, mas em cativeiro.